Sinpol-RN lamenta morte de policial civil e culpa falta de investimentos na Segurança...
APC - Ilfran André + 2014...
O conheci no inicio da década de 90. Ele Policial Civil, EU, repórter Policial... Foi uma amizade consolidada pelo respeito, lealdade, que se completou ao longo dos anos, entre a alegria do ser, querer, e, produzir para uma carente sociedade de justiça, resultados que beneficiasse á todos, sendo que cada um na sua profissão escolhida por convicção...
Ele investigava, tirava de circulação o meliante, o anti social, o marginal, e, para isso sempre esteve ao lado do alto risco, do improvável, da incerteza no confronto com o marginal. Para cada operação bem sucedida, o prazer, se percebia em seu rosto cansado, mas, feliz, a certeza do dever cumprido, mas, ELE não se contentava, e, era nesse momento que entrava em cena, EU, o SEU amigo, o repórter que ELE fazia questão de compartilhar - queria ver o meliante na TV, não pelo simples fato do enaltecimento, mas, numa ação continua de sua convicção como POLICIAL CIVIL, da certeza que ao ser mostrado o ACUSADO na TV, Patrulha Policial, PROGRAMA do qual ELE se dizia fã incondicional, qualquer que tenha sido o ato delituoso praticado, novas vítimas apareceriam, e aí sim, a certeza que o flagrante ou a instauração do procedimento policial, ficaria mais robusto e por consequência maior era a probabilidade do marginal permanecer na prisão...
Mas, infelizmente, como citei logo no inicio, quem se debruça por convicção a defesa da sociedade, numa busca incansável pela justiça, muito provavelmente torna-se-á vitima dessa mesma violência, dessa incerteza, que mesmo com o sentimento do dever cumprimento nos deixa de forma prematura, transformando-se em mais uma vítima daqueles com quem tanto travou verdadeiras batalhas em nome da sociedade... Aos amigos, familiares quero expor toda minha dor da perda do amigo, do irmão, solidarizar-me e colocar-me a disposição de todos, e aqui, impotente diante de tão lastimável ocorrido, fico a torcer fervorosamente para que os nossos bravos companheiros AGENTES DE POLICIA CIVIL do RN, que ainda não se transformaram em vitimas como o nosso irmão ILFRAN ANDRÉ, possam prender e entregar a JUSTIÇA dos Homens, os ASSASSINOS, onde deverão pagar nos rigores da Lei, já que da JUSTIÇA DIVINA a certeza temos que eles pagarão de acordo com o peso do crime aqui cometido... Morreu no combate, no confronto direto com a marginalidade, fruto de uma SEGURANÇA falha no combate a uma violência indomável, em um ponto comercial em Petrópolis, sem chance de defesa, apenas dando ímpeto ao corajoso ato de bravura, de enfrentar o bandido, numa tentativa incansável de combater a marginalização que hoje toma conta do estado...
NOTA DO SINPOL/RN...
"É com muita tristeza que toda Diretoria do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública se pronuncia sobre a morte do agente Ilfran André Tavares de Araújo, de 51 anos. O policial civil, assim como centenas de cidadãos do Rio Grande do Norte, perdeu para a violência que só cresce em todo o Estado, principalmente, pela falta de investimento na Segurança Pública.
O Rio Grande do Norte vive um momento de sucateamento de duas importantes instituições, que são a Polícia Civil e o ITEP. Isso gera efeito direto sobre a impunidade e a violência. Sem efetivo, estrutura de trabalho e materiais básicos, os crimes não são investigados e, consequentemente, o número de homicídios está crescendo.
Infelizmente, o cidadão potiguar, seja policial ou não, está entregue a própria sorte. Qualquer um que sai de casa está sujeito a se deparar com marginais assassinos. O policial Ilfran André, na tentativa de defender sua irmã desses criminosos, acabou sendo baleado na cabeça e não resistiu.
Além dessa realidade de impunidade e aumento da violência, o SINPOL-RN denuncia que os homicídios registrados no período da noite não estão sendo investigados de imediato. Isso porque a maioria dos crimes acontece nesse horário e são apenas duas equipes de plantão para toda a Natal e região metropolitana. Além disso, o ITEP está funcionando sem médico legista no plantão noturno, durante vários dias no mês, o que prejudica perícias e liberação de cadáveres, bem como exames em pessoas vivas, como em casos de estupros.
Ou seja, vivemos um momento de guerra e nós, que fazemos a segurança pública, estamos desarmados. O resultado é que toda a sociedade está perdendo essa guerra.
A Diretoria do SINPOL-RN lamenta profundamente a morte do policial Ilfran, que era um agente engajado nas lutas da categoria. Estamos à disposição e nos solidarizamos com toda a família do nosso companheiro.
O APC Ilfran André Tavares de Araújo era lotado na Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (DEAV). O corpo dele será velado, a partir do meio dia, no Centro de Velório da avenida São José".
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